SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DA BOA NOVA, TERENA

 Santuário, in Olx.pt

Porcissão, in A Defesa

Nossa Senhora da Boa Nova na Porcissão, in Wikipedia.org

O Santuário terá a sua origem no séc. XIII, uma vez que é já referido nas célebres Cantigas de Santa Maria, do Rei Afonso X de Castela, onde existem algumas composições dedicadas a Santa Maria de Terena. O templo é obra do século XIV, possuíndo a característica de ser um raro exemplar português de igreja-fortaleza que chegou praticamente intacto aos nossos dias.

A origem da invocação Senhora da Boa Nova parece estar ligada à lenda da Fermosíssima Maria (Dona Maria,Rainha de Castela), a filha do Rei D. Afonso IV de Portugal que se deslocou à corte portuguesa para solicitar a seu pai que auxiliasse o marido na Batalha do Salado. Reza a lenda que a Rainha se encontrava neste local, nas imediações de Terena, quando recebeu a boa notícia, daí tendo nascido a invocação Boa Nova.

O culto mantém-se bastante vivo, sendo este santuário palco de uma grande romaria que se celebra no primeiro fim-de-semana posterior à Páscoa. A importância desta romaria na região é de tal importância que a Segunda-Feira de Pascoela (dia principal da festa) é o feriado municipal do concelho do Alandroal.

O Santuário possui planta em Cruz grega (quatro braços iguais), rara em Portugal, e foi erigido numa robusta cantaria granítica, coroado com merlões, o que lhe confere o aspecto de fortaleza. Nas fachadas norte, sul e poente, abrem-se pórticos de arcos ogivais, góticos e simples frestas. Cada porta é defendida por balcões defensivos (Mata-Cães). O conjunto da fachada principal é ainda enobrecido por singelo campanário, acrescentado no século XVIII.

Contrastando com o aspecto pesado exterior, o interior surpreende-nos pela singeleza das linhas góticas e pelo aspecto amplo do corpo do templo, cuja cobertura são abóbadas de arcos quebrados.

O Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova foi classificado Monumento Nacional em 1910.

SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, VILA VIÇOSA

O Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa localiza-se dentro dos muros medievais do Castelo desta Vila, não se podendo porém precisar a data exacta da sua fundação, sendo que a existência da matriz é já assinalada na época medieval, como Igreja de Santa Maria.
A 6 de Fevereiro de 1818 D.João VI beneficia o Santuário declarando-o cabeça da nova Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, agradecendo à Padroeira a resistência nacional às invasões francesas. Neste Santuário nacional estão sediadas as antigas Confrarias de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e dos Escravos de Nossa Senhora da Conceição.
O Papa João Paulo II, um Mariano confesso, visitou este Santuário a 14 de Maio de 1982. A grande peregrinação anual ao Santuário de Vila Viçosa celebra-se a 8 de Dezembro. Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa é padroeira da Arquidiocese de Évora.
Em termos Marianos, observamos a Imagem de Nossa Senhora do Carmo num altar da mesma evocação na epístola, onde no balcão está ao culto Nossa Senhora de Fátima. Ao evangelho temos Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. No altar-mor domina a imagem do orago do templo, oferecida por Nuno Álvares Pereira (que a terá adquirido em Inglaterra), a qual como sabemos é Padroeira de Portugal, Coroada Rainha a 25 de Março de 1646 por D. João IV, no decurso da Guerra da Restauração da Independência. Neste altar observam-se ainda uma série de óleos de temáticas Marianas.

RUA DE NOSSA SENHORA, VILA VIÇOSA

Arruamento sito no Castelo de Vila Viçosa, entre a Rua de Estremoz (que parte da Porta do Castelo do mesmo nome) e a Rua António Paes. Esta é transversal ao terreiro fronteiro ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição, sobre o qual falaremos num próximo post. Concerteza que o topónimo do arruamento derivará da sua localização junto desta antiga Igreja Matriz da evocação de Santa Maria (desde 25 de Março 1646 de Nossa Senhora da Conceição).

IGREJA DE SANTA MARIA OU NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE EVORAMONTE

Esta é a Igreja Matriz evoramontense, cujo orago é Nossa Senhora da Conceição, a Padroeira de Portugal. Situa-se na Rua de Santa Maria, sobre a qual já nos debruçámos no post anterior, e que remete para o antigo topónimo da Matriz, já que era essa a designação medieval do templo desde pelo menos o século XIII, época em que possivelmente foi erigido.

A Igreja é de planta rectangular, com três naves e três tramos, sem transeto, de ábside quadrangular cupulada a meia laranja, possuindo o restante corpo do imóvel cobertura em madeira.

Nesta Igreja deparamo-nos com a devoção a Maria no altar principal, onde está ao culto a padroeira actual deste templo, Nossa Senhora da Conceição. Nos nichos do retábulo do altar, em peanhas, temos as imagens em madeira estofada e dourada de Santa Ana ensinando Nossa Senhora a Ler (à direita), e no lado oposto uma Nossa Senhora do Carmo, também em madeira estofada e dourada. A imagem de Nossa Senhora da Conceição, a actual padroeira desta Igreja, é igualmente de vulto, em madeira estofada e dourada..

Na nave esquerda continua a devoção a Maria, por intermédio de Nossa Senhora do Rosário. Tem retábulo de talha dourada, com colunas salomónicas, ornado com elementos vegetalistas e grinaldas. A Imagem de roca de Nossa Senhora do Rosário venerada neste altar, é de provável lavor da época do retábulo, séc. XVII. .

Por sua vez, na nave direita, no altar de Santo António, no balcão, observa-se uma pequena Imagem de Nossa Senhora de Fátima.

As festas de Santa Maria, as principais de Evoramonte, ainda se realizam nos nossos dias, sendo estas a 15 de Agosto.

RUA DA SANTA MARIA, EVORAMONTE

A Rua de Santa Maria deve o topónimo à Igreja de Santa Maria (de Nossa Senhora da Conceição desde a Sua Coroação em Vila Viçosa por D. João IV), por onde este arruamento serpenteia até terminar na Porta do Freixo. A Rua de Santa Maria tem inicio a meio de uma grande artéria que estrututura a vila. Esta grande artéria começa na Porta do Sol, onde se começa por designar por "Rua da Convenção".

SOBRE O ROTEIRO MARIANO

Este novo blogue pretende dar a conhecer a devoção a Maria, por parte do "Mundo Português", na área do património cultural edificado (Igrejas, Capelas e Ermidas), urbanismo (topónimos, arruamentos...), bibliografia e património cultural móvel (Imagens de vulto, roca, impressas, registos, bentinhos, medalhística...).
Como imaginam, é um propósito imenso e de abordagem difícil.
Não vou ter a ousadia de organizar os dados, cronologicamente, ou por tipologias patrimoniais, ou por nações! Vou publicando segundo a minha inspiração do momento, o que me liberta de grandes responsabilidades em termos de sistematização. A minha preocupação norteadora passa, essencialmente, por dar a conhecer a devoção Mariana portuguesa e aplicar o rigor histórico em tudo o que irei escrever.
Espero as vossas reações.